Atibaia tem casas populares com taxa de condomínio de luxo
Aqui ninguém ganhou nada desse governo não. A gente paga e paga caro!
As casas e apartamentos populares entregues pelo governo se transforaram na bandeira eleitoral do grupo aliado ao prefeito Saulo. Reuniões e encontros com moradores beneficiados por essas moradias são frequentes nas últimas semanas. Mas engana-se quem pensa que a população está completamente satisfeita ou que entenderá que a entrega dessas moradias foi uma suposta cortesia do governo.

As residências já ocupadas são alvo de reclamações constantes da população. Problemas de infraestrutura, custos mensais e manutenção são os temas mais comentados entre os moradores. A gente não tem condições de pagar prestação e condomínio. É tudo muito difícil. Pagamos valores parecidos com os condomínios chiques pela cidade. Ouvi dizer que naquele Flamboyant eles pagam um pouco mais que a gente, declarou José Antônio morador do conjunto habitacional do Caetetuba.
Aquele condomínio perto do CIEM, o Santa Mônica é R$210,00 o condomínio, eu trabalho lá de diarista e minha patroa acha um absurdo eu pagar R$137, disse uma diarista moradora do Jerônimo II.
No momento da inscrição para a realização do sonho da casa própria, o valor acordado que cada cidadão pagaria mensalmente no financiamento imobiliário com a Caixa Econômica Federal era de R$71,00. As prestações seguem esse valor. Mas o que os moradores não contavam é que uma taxa de condomínio para manutenção do local seria cobrada, e que a mesma seria superior ao valor do financiamento.
Atualmente a taxa de condomínio é de R$137,00. Que inclui porteiro, jardineiro, guarda noturno, gás encanado e limpeza dos prédios. Pobre não tem essas coisas não, isso tudo é luxo. Você acha que eu teria jardineiro e porteiro na minha casa? Eu trabalho de diarista, e pago para outra diarista limpar as escadas do prédio onde eu moro. Isso é um absurdo, explicou revoltada Maria do Socorro.
Além de pagar isso tudo ainda pagamos água e luz. E temos que comer, desabafou um morador que não quis dizer o nome, que fez as contas e chegou à conclusão que o valor que paga de condomínio poderia pagar quase duas prestações do seu financiamento.
Enquanto nossa equipe de reportagem visitava o local foi abordada por um morador que ofereceu seu apartamento por R$35 mil, pois ele e sua família voltariam para a favela, pois não tinham mais condições de pagar tantas contas.
Além dos valores acima do esperado, os moradores reclamam dos problemas estruturais e que eles precisam efetuar os consertos para que mantenham os apartamentos adequados para morar. Se a gente não arruma esses problemas, senão a casa vai chegar ao fim antes que eu termine de pagar o financiamento, disse uma moradora.